Felicidade: plenitude e paz interior





Nada mais gratificante do que podermos olhar para os lados e constatar que estamos vivendo um momento de extrema felicidade, um momento de total plenitude, satisfação e paz interior. Que bom poder fechar os olhos antes de dormir e perceber que estamos bem, sem inquietações, tristezas ou problemas.

Eu estou vivendo um momento assim, feliz, tranquila.

Minha carreira alcançou a maturidade, acreditem, houve um tempo em que sentava para escrever e minha cabeça ficava completamente vazia e não conseguia iniciar uma matéria, mesmo que estivesse usando as regrinhas básicas do jornalismo, eu empacava.

Hoje sento em frente ao computador e separo o que tenho para escrever por assunto, sou capaz de passar o dia inteiro escrevendo sem esgotar a minha fonte e, fazer isso, me deixa alegre, com vontade de sair cantando e dando pulinhos.

Vivo um momento feliz também com a minha casa, eu acredito que casa tem alma e a minha tem uma alma tão boa que as pessoas que me visitam se sentem bem e ficam por mais tempo do que tinham programado.

Houve uma época em que fiquei de mal com a alma da minha casa e desejei mudar de lugar, de cidade, de país, mas atualmente fizemos as pazes e estamos feliz uma com a outra, acredito que não voltaremos a brigar.

Lembro de um tempo em que vivia séria e preocupada, acreditava que ter um bom emprego, uma boa casa, roupas da moda, carro de luxo, conta recheada e joias era o bastante para ser feliz, como me enganei. Vivia afogada em trabalho, metas à cumprir e completamente insatisfeita.

O tempo passou e eu apanhei muito da vida, apanhei até o momento em que percebi que, para ser feliz precisava de bem pouco, porque a felicidade que eu buscava não é aquela de um momento rápido em que ela passa e não se fixa, eu queria a felicidade perene, aquela que mora na casa da gente e quase nunca se afasta.

Não tenho mais carro, minhas roupas eu mesma faço ou compro em lojas populares, joias tenho bem poucas e todas antigas e de prata, nada de ouro, meus móveis são comuns e, o engraçado de tudo é que estou feliz com o que tenho, pouca coisa me faz falta.

Quando olho para trás e lembro do tempo em que era engraçado não ter dinheiro e fazer vaquinha pra pagar a conta da lanchonete ou catar moedas para comprar o lanche, eu lembro também de quanto era gostoso e fácil soltar gargalhadas.

Tem uma lembrança que guardo tatuada na alma, eu e o meu amigo Luiz, morávamos no projeto Jari, em Monte Dourado, éramos adolescentes e tudo era festa, saímos da casa de uma amiga e começou a chover, eu comecei a cantar e o Luiz me abraçou, dançamos na chuva, rodopiamos soltando gargalhadas.

Por um bom tempo esqueci as lembranças da adolescência e me dediquei a ser infeliz, fechada, séria, afastando de mim as pessoas que amava e por quem era amada, ainda bem que acordei e esse tempo ficou lá atrás.

Nós nascemos muito felizes. Crescemos naquilo que pode ser a expressão mais tangível da felicidade possível, mas aos poucos vamos trocando isso por outros valores, como sucesso profissional, financeiro, conquistar o homem ou a mulher dos sonhos e várias outras coisas que acreditamos serem necessárias para a nossa felicidade.

A felicidade está conosco o tempo todo, ao alcance das nossas mãos, basta esticar o braço para alcança-la. Eu estiquei o braço, abri a mão e quando toquei a felicidade trouxe para plantar no meu coração, todos os dias eu rego com gargalhadas, carinhos e afeto dos meus filhos. Espero que ela cresça cada vez mais e se transforme em uma bela árvore cheia de frutos e que alimente com felicidade outras almas.


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